Esse título nos lembra uma telenovela dos anos oitenta que conta a estória de um matuto bem popular que é manipulado por pessoas poderosas e é eleito. No poder, esse rebela-se contra os que o conduziram e que queriam continuar comandando, ganhando independência de escolha e posição política.
Corre nos bastidores da política brasileira a ideia de que faz-se necessário um salvador da pátria para acudir a política partidária. Alguém no cargo estratégico para que possam ver espelhadas as mesmas ideias que sustentam o país desde a constituição de 1989.
Os partidos políticos brasileiros como vemos hoje são em seu cerne propriedades de seus fundadores. Há o partido de A e B, o partido de C e D, etc. Não é à toa que há partido à venda. E há, consequentemente, quem esteja disposto a comprar.
Como essas instituições, com funções representativas da vontade dos diversos setores da sociedade, são conduzidas de forma autocrática, as vontades quase individuais de seus dirigentes, oligarcas, é que são levadas em conta. Nada importa a vontades e vozes de suas bases.
Nesse contexto, a realidade atual nos faz começar a compreender por que chegamos aqui onde estamos. A vontade de poder, de mando, de perpetuação do status inerentes a esses pequenos grupos, mesmo que alavancados pelo poder do povo, ao qual manipulam conforme suas necessidades insaciáveis, acabam por assassinar a boa ética; a ética da preocupação com nossas necessidades de forma individual e principalmente coletiva. Prevalece aqui então é ética do mal. A ética do que o que importam são os números e os resultados que esse números a eles trazem. Para eles o que importa é o agora e o "como estão"(status quo).
A bola não pode ter dono. Ou melhor, a bola deveria pertencer a todos que queiram participar desse jogo que é a vida. Condições, liberdade e oportunidades que tem ser dadas a cada indivíduo e esse deve escolher o melhor para si e para o mundo. Para que não apenas sobrevivam, mas que estejam vivos com dignidade e sendo felizes, sem precisar de um salvador da pátria que os leve ao engano e por consequência ao abismo.