Ao ficarmos próximos o suficiente de um espelho côncavo,
nos vemos em uma imagem que não corresponde a realidade. Uma imagem nossa virtual e maior que é na realidade. Algo parecido acontece em nossa sociedade. Nos vemos em posições que não estamos realmente:
- o miserável, aquele que passa fome ou que vive de auxílios, por não ter tido oportunidades ou que não fez as melhores escolhas na vida, pensa que é da classe pobre;
- o pobre, entre tantas classificações, mas que não tem, por exemplo, casa para morar, mas ainda assim consegue pagar um aluguel, vive de trabalhos temporários, para não chamar de bicos, vê-se como classe média;
- o classe média, chamemos assim aqueles que tiveram a oportunidade de comprar um carro, um imóvel, ou mais de um, que mesmo assim, vive de emprego, público ou não, mas que tem a oportunidade de colocar os filhos em escolas particulares, visualiza-se como pessoa de sucesso e portanto da classe média alta;
- O pequeno empresário, fazendeiros, juízes, classe média alta, frequentador de círculos sociais distintos, Rotary, Lions, clubes de serviço, etc, acham-se agraciados por um Deus, seja qual for Ele. Em geral o Deus dinheiro, pois esse trás tudo que ele precisa de bom, para o seu bem estar; diz a si próprio: sou rico graças aos meus esforços e aplico agora na bolsa!;
- O rico, em todas suas vertentes, cores e sabores, são poucos, mas acham-se deuses em si mesmos; já passaram da fase de seres humanos e já se dirigem aos deuses como os caras lá de cima, seja lá onde for esse cima, pois só vêem tudo que está abaixo dos seus pés.
Por toda essa distorção na própria percepção do status de si mesmos, é que lutamos para não termos mais direitos, pois sempre estamos melhores do que aparentamos, perto de um espelho côncavo.
Sendo assim, para quê direitos?!