Mais do que a ausência de sons e qualquer tipo de ruído, o silêncio aqui referido denota a falta de comunicação de qualquer forma. Um dos inimigos dos solitários, o silêncio apavora a maioria dos seres humanos, aqueles que não gostam de estar sozinhos. Ao escrever aqui estou rompendo o silêncio.
Na verdade, nunca estamos em silêncio perpetuo. O pensar, raciocionar, sonhar, elimina o silêncio.
Então o silêncio não existe. Como falar de algo que não existe? Calar sobre alguma coisa ou assunto também é falar sobre aquilo. Como diz aquele ditado: "quem cala diz que consente".
Então podemos falar figurativamente de vários silêncios; mas nunca do impossível silêncio. É do silêncio que nascem as mais extraordinárias obras da literatura. Os escritores poderiam dizer: o silencio que mais fala é o do papel em branco.
O mais aterrorizante dos silêncios: o da tortutra. O mais nobre: o daqueles que a desafiam e não dizem o que querem ouvir aqueles que a praticam(tortutra). O silêncio forçado das ditaduras. O silêncio do casamento: "... ou cale-se para sempre".
Como o silêncio em verdade não existe, nos sobra o consolo de saber que o único silêncio que resta é o da ideia que ainda virá.
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