domingo, setembro 15, 2013

Os Inícios e os Fins

Me sinto desconfortável sempre ao iniciar e ao finalizar cada postagem. Por que?
Porque apesar de eu saber o que quero expressar na postagem, deparo-me  com o obstáculo de dar partida às palavras iniciais. Sabendo que "perder o fio da meada" pode me fazer raciocinar em círculos e em nada me ajudará a conclusão da formatação da ideia, o final também vem a ser para mim uma tarefa não menos importante, pois nele é encerrado a conclusão da ideia geral, sempre havendo o perigo de algo importante ter ficado de fora, podendo assim, atrapalhar o entendimento do texto como um todo.

Assim também creio que o Inicio(start) e o Fim(end) de cada processo seja no planejamento, seja na sua conclusão, são de certa forma mais trabalhosos.
Na forma sintética, ou simplificada, marcamos o início e o fim de cada atividade, processo, trabalho, etc.
De forma analítica(complexa) percebemos que o inicio e o fim são difíceis de perceber e distinguir com exatidão, sendo esses partícipes de uma cadeia de acontecimentos interligados; e, não são delimitados apenas pelo período em que se dá partida nesse evento. Esse faz-se desde outros tempos. Por exemplo: um jogo de futebol quando começa? no inicio dos 90 minutos, no horário marcado no calendário e relógio, ou quando o time entra no estádio, ou quando treinam para a partida, ou quando contratam os jogadores, ou quando são escolhidos os times pra o campeonato? De fato, se um desses episódios não tivesse acontecido o jogo também não aconteceria. E o fim de um jogo, assim, já dá início ao começo da preparação para um outro.
Em um fluxo contínuo que parece não ter fim, nem começo.

E o que dizer do início de tudo? Do universo. Como isso incomoda, desde o principio dos tempos, o ser humano. E o início da vida de cada um? E também o fim dessa vida?
Seria o início do universo o início da vida de quem a vai perceber passando?
Seria o fim do universo o fim da vida desse mesmo indivíduo?
Lembro agora daquela universal, célebre e conhecida frase: "O mundo acaba para quem morre". E outra: "Cada cabeça, cada mundo".
Há duas coisas que os homens(e mulheres), pelo menos na sociedade ocidental, tem alguma dificuldade de lidar, falar e entender: o sexo e a morte. Nem tanto com a vida que é o processo do durante. Nem tampouco no ato de realizar o sexo, o qual se faz há milhões de anos com muito prazer. 
 Dificuldade de falar, seja porque isso seria alvo de opiniões contraditórias; porque trata-se de um assunto que interfere com a sensibilidade das pessoas; porque seja uma pauta polêmica capaz de interferir com a moral e bons costumes da sociedade ou outros tipos de razões.



O fato é que coisas simples e universais são vestidas de um manto sagrado e intocável e aquele que ousa ter uma cultura ou costumes diferentes do que nos parece o comum, não será olhado com bons olhos.

O preconceito nasce disso: ele não tem início(motivo) e propósito(finalidade) concretos.
O preconceito nos prende e faz com que queiramos prender também os que nos cercam com essas mesmas idéias.

A libertação do indivíduo passa pela experiência de saber o motivo de seus atos, a plena consciência do acontecer dos fatos e a satisfação de alcançar a finalidade pela qual tudo foi pensado, executado e cumprido.

Um soldado que não sabe o motivo da guerra difícilmente fará um bom combate. Ele precisa de uma verdade mesmo que essa seja uma farsa. Todos precisam de uma "verdade" pra continuar lutando.








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