quinta-feira, abril 28, 2016

Tolerância Civil

Tolerar é despir-se, por momentos, de nossas convicções, de certas verdades que consideramos imutáveis.

Posto que, não há, para mim, verdade imutável "palpável" pela mente humana, se não meias verdades, quando possíveis de mensurar e devendo estar sujeitas sempre a revisão por nossa razão.

John Locke, filósofo inglês, década de 80 do século XVII , "ensina" aos franceses sobre a tolerância social.

Para Locke tolerar é parar de lutar pelo que não se pode mudar.

Locke viveu uma boa parte da vida nos países baixos. Está, assim, explicado o por quê de a Holanda ter sido o berço da tolerância e exportar isso pra boa parte da Europa naquela época.

A pluralidade somente existe na presença da tolerância, já que cada um de nós somos diferentes, seja por nossas crenças, costumes, moral e entendimentos sobre a existência de tudo e todos e nossa própria condição de ser humano.

Como é bom aplaudir a tolerância dos outros conosco.
Mas, um tanto difícil praticar a nossa tolerância com outrem.

Segundo Locke, é a falta de um juiz, respeitado por todos, capaz de promulgar leis de conhecimento e respeito público, aliada à possibilidade individual de julgar e executar em causa própria, que concorre de forma decisiva para a corrupção do estado e faz da guerra um acontecimento cada vez mais frequentemente observado.

É o aprofundamento dessas intrigas que torna o estado de paz e tranquilidade em estado de guerra e de destruição.

sábado, abril 16, 2016

Crise

Olha o grego novamente aqui: krisis, que em português significa decisão, sentença, juízo ou separação.
Várias áreas do conhecimento conceituam crise, cada qual de sua maneira.
O conceito que mais gosto é o da psicologia que diz que crise é um estado de mudança que requer atitude para manter o equilíbrio da emoção. Com o passar do tempo a crise pode evoluir para uma maior estabilidade ou para a derrocada.
O certo é que todo mundo já viveu uma crise. Aliás não apenas uma; Incontáveis.
Crise no casamento, crise financeira, crise política, crise de amígdalas, crise de rins, crise de identidade, crise da adolescência, crise dos 7 anos, dos 30 , dos 40, da terceira idade e por ai vai...
A crise se mistura com a vida. Faz parte dela.
A resiliência é primogênita da crise. Crise é um momento de conhecer melhor a si mesmo e aprender a sobreviver a adversidades e, geralmente, ficar mais forte.
 

sexta-feira, abril 15, 2016

País do faz de conta. Alice, Emília e outros personagens da história.

Charles L. Dodgson(Lewis Carroll)-1832-1898- imaginou um lugar fantástico, nonsense, digno dos melhores sonhos que podemos ter.
A terra do absurdo. (veja: Alice no país das maravilhas)
Alice, ainda bem que caístes no buraco de coelho!
Tivesse caído no buraco de ozônio, que hoje paira sobre a América do Sul, descobririas também que cá em baixo, como lá, há reinos de acontecimentos mais do que nonsense. Absurdos dignos do maior dos pesadelos.
Durmo ultimamente com o desejo de que a mim acordem e que eu veja que era apenas um mau sonhar; o julgamento da pobre Alice.
Difícil será sabermos onde está a verdade, se lá no horizonte se avistam somente nuvens de mentiras.
A verdade é: aquele que não vive a realidade dos fatos, condenado está a morrer engasgado com toda sorte de mentiras.
Me preocupa o que restará, se até o juiz está para ser julgado.
Mas, quem vai mesmo julgar o juiz?
A Emília de Monteiro Lobato(1882-1948) era mestra do  faz de conta.
Então, faz de conta que todos estão com boas intenções. Faz de conta que não tem ponta de prego. Faz de conta que não é feio. Por que só mesmo fazendo de conta pode-se admitir uma feiura dessas. 


 

 

quinta-feira, abril 07, 2016

A Nudez e a Vergonha

Até bem pouco tempo eu não sabia que os soldados espartanos combatiam nus(Esparta: aquela cidade da grécia antiga).
Cerimônias sagradas eram efetuadas com todos os homens nus. Uma maneira de garantir que não haviam mulheres presentes durante as celebrações dos jogos olímpicos.
Ora, ora: a palavra ginásio significa local de nudez, veja só isso!
Até o oitavo século depois de cristo, batizam com o sujeito nu imerso em água, simbolizando um novo nascimento. E não é mesmo assim que nascemos? Nus dos pés à cabeça!
O corpo nu nem é bom nem ruim. Depende da cabeça de quem pratica e de quem o observa.
Em algumas partes da bíblia cristã registra-se que apóstolos pregaram nus.
A vergonha, como sentimento, é complexa de definir-se. É como sentido de culpa. Mas culpa de quê? Do ser finito, do acabar-se em si, ser limitado e imperfeito.
A pior vergonha é a vergonha de si mesmo. Pois esta não tem razão de ser.
Quando falhamos em uma tarefa que achávamos que nunca falharíamos, sentimos culpa.Isso acontece porque descobrimos nossos limites de ser humano.
Quando criança, cada um é cobrado a ser perfeito. Portanto quase deuses. Envergonha-nos descobrir que não. Enquanto mortais,  imperfeitos seremos durante toda nossa existência.
Quem sabe reconhecendo esse fato poderemos lidar melhor com nossas fraquezas e assim podendo contornar mais rapidamente as incapacidades que nós mesmos nos imputamos.
 Nunca seremos o que gostaríamos de verdadeiramente ser. Isso causa-nos sofrimento.
Quando todos são nus, ninguém está nu.
Portanto, não nos devemos envergonhar de nós mesmos, pois cada qual tem suas vergonhas.