O perfeito é completo. Mas tudo na realidade está incompleto.
Todos têm corrido atrás da perfeição em tudo. Me lembra o burro andando atrás da cenoura que esta pendurado por sobre sua cabeça presa a carroça. Por mais que ele ande nunca vai a alcançar.
Ferramentas foram criadas para a cada dia atingirmos um grau maior de perfeição.
Vejam:
- Impressoaras! Elas pintam e desenham como nenhum pintor conseguiria com precisão tremenda em cores, linhas e tons.
- O sintetizadores de música eletrônica replicam os sons de instrumentos da vida real, e emitem sons até de instrumentos que não existem, com afinação e purezas impecáveis.
- Impressoras 3D moldam(imprimem) objetos desenhados virtualmente. Coisa impensável para um artista plástico ou escultor se atrever a concorrer com a precisão digital.
- A Inteligência Artificial(IA) começa a tomar decisões mais acertadas que nossas decisões.
- Robôs nas fábricas, não cansam, não fazem greves e executam tarefas repetitivas sem reclamar e com exatidão.
Mas a pergunta que não cala é: nos serve mesmo a perfeição? Somos incompletos, imperfeitos.
Imperfeito não é sinônimo de imprestável.
Imperfetio está mais para "feito com diferenças".
Dois quadros nunca serão iguais mesmo pintados pelo mesmo pintor. Eles podem parecer-se iguais, mas muitos detalhes não fugirão dos nossos olhares. Talves seja essa a graça: Saber que há alguém por trás daquele trabalho, que deu o melhor de si. Que os temperou com pitadas de humanidade. Isso faz deles peças únicas. Parecidos, mas com suas imperfeições.
Se todas as mulheres fossem perfeitas, se os homens fossem todos perfeitos, se tivéssemos os mesmo gostos, se tivéssemos as mesmas aparências como se fôssemos feitos em formas perfeitas, ah ... que chato seria! Seríamos como saídos de uma linha de montagem.
Há uma corrente de pensamento político-social que nos quer levar a padrões de comportamentos, de ações, de pensamentos, de aparência, etc. Padronizar vinhos? padronizar cores? formas? texturas? ideias?
Que bom que erramos tentando! Que bom que somos diferentes! Que bom que somos feios e bonitos! Produzimos algo imperfeito! Mas a próxima geração poderá melhorar e vai errar também.
O importante é querer e agir para acertar ou consertar.
Padrão é o contrário da arte. A arte é a diferença. O padrão é o costume que não varia. É, também, até certo ponto, a tradição.
O movimento é mudança. A mudança transforma. A transformação faz a diferença!
Como os franceses e ingleses dizem: "Vida longa para o diferente!" (Vive la différence!)
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