O filósofo assemelha-se ao poeta; o filosofar e o ato poético têm algo em comum. Disse certa vez São Tomás de Aquino, grande teólogo católico e também respeitável influenciador de praticamente todas as correntes evangélicas.
O ato de filosofar não é o ato de distanciar-se da realidade. Na verdade o filósofo tende a ver além do aparentemente visível ou interpretável no cotidiano.
Ora, já aqui temos algo em comum entre o poeta e o filósofo. Esse também transcende ao mundo do dia a dia.
O mundo da filosofia inspira-se no que o admira, assim como o mundo poético se espanta naquilo que o encanta ou desencanta.
E não é admiração, o encanto ou desencanto, que abala o espectador e o faz parar, observar, pensar e expressar os sentidos?
Mas não são apenas os pensadores que se encantam com o mundo. Esses o fazem com maior maestria. Detalhes não podem fugir aos olhares.
Os poetas o saboreiam de forma ora adocicada, ora amargurada. Porém nunca como se sente à primeira vista.
O poeta e o filósofo não acreditam na perfeição das máquinas. O mundo não pode ser tão previsível como pensamos ou tão imprevisível como cantamos.
O poeta diz: "sabemos o que é o amor". O filósofo diz: "não sabemos o que é o amor".
Viva as semelhanças e as diferenças que tanto nos faz iguais sendo únicos!
Filosofar é como descascar uma cebola. É tentar ver além, camada a camada. E no fim o que resta? lágrimas aos olhos.
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