Não faz muito tempo que vi muros caírem em nome da liberdade e da democracia.
Um desses reunificou a Alemanha, que viu-se dividida depois da Segunda Guerra Mundial.
Foi em Berlim o grande ato simbólico da derrubada do "muro da vergonha"(09/11/1989) que separavam duas ideias, ambas nem tão certas e nem tão equivocadas assim.
Se por um lado o símbolo era o capitalismo dos sonhos e do consumismo, d'outro havia o símbolo do fracasso comunista autoritário.
Não importa onde esteja o ser humano, estando consciente disso ou não, busca incessantemente por liberdade pessoal.
Liberdade pra fazer escolhas.
Cercear o direito de escolha de qualquer pessoa, individual ou coletivamente, é como alimentar com calor uma panela hermeticamente fechada. Ela deverá explodir em algum momento. Isso pode ser lido por toda a história da civilização.
Mas é com tristeza que vemos atualmente governos construírem ou a quererem construir novos muros.
Basta ler as notícias veiculadas nos últimos tempos. Por exemplo: pensam em construir um muro separando o México dos EUA; fala-se em erguer um muro próximo da entrada do túnel ferroviário do canal da mancha entre Inglaterra e França, construção de um muro entre a Áustria e Itália, entre outros. Nesses três casos pra barrar imigração ilegal.
O mundo onde se constroem barreiras não é um mundo consistente com os direitos e liberdade do ser humano.
Construir muros, nesses casos, não é muito inteligente porque não age sobre a causa do problema: a migração.
Quem migra geralmente busca uma melhora com a mudança de lugar. Tem esperança. Quer viver.
Murar é pensar no agora. É a solução mais fácil.
De forma inteligente, devemos pensar no amanhã, estudar as causas, a raiz do problema migratório.
O viver é construir pontes para o futuro.
Os problemas dos outros poderão vir a bater à nossa porta em algum momento do futuro.
Uma vez escutei de alguém que todo mundo tem responsabilidade com o que acontece de errado. Cada qual com seu peso.
Não podemos cruzar os braços e "assistir de camarote" pessoas se matarem, ou mesmo alguém passar mal sem ao menos dar atenção ou chamar um socorro, por exemplo.
Assim deve ser o trato entre as nações. Se nossos vizinhos passam por problemas, esses mesmos problemas poderão afetar-nos de alguma maneira cedo ou tarde.
Construir pontes é muitas vezes a solução. Pontes da razão e não de populismo.
O populismo busca o sucesso e aprovação popular momentânea. Mas o momento passa querendo-se ou não.
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