Acho que não vou chegar a lugar algum com esse tema.
Vai ser o cachorro correndo atrás do rabo.
Coisas da emoção não devem ser analisadas com a razão pura.
A bem da verdade, o amor é umas das palavras de mais difícil definição. Algo que não é materialmente palpável, mas que podemos, com toda certeza, afirmar que sentimos, quando somos fisgados, por assim dizer, pelo cupido. Estou me referindo ao amor dos casais. Me restrinjo apenas a essa faceta do amor para poder colher algumas poucas conclusões sobre o mais importante dos sentimentos do ser humano.
Dito por muitos como o propulsor da humanindade, o amor renasce a cada dia nos corações dos jovens que chegam a sua quase maturidade, mantendo a humanidade na espiral de sua real existência. Um ser que não é capaz de amar, morto ou inerte está.
Quando os olhares se encontram, as bocas se beijam ou as mãos se tocam, mais que reações químicas que se processam, somos levados a algo mais metafísico, muito além do material. Mas o amor é algo antes mesmo disso, do toque. Estar com o ser desejado não tem metáfora que exemplifique, nem palavras que descreva, mas é algo que completa o ser. Poucos, talvez, por não muito tempo, tem a sorte de passar por tamanha experiência.
Mas o que realmente leva alguém a amar? Os hormônios?
Eu posso simpatizar por alguém, gostar muito, mas isso ainda não determina o amar.
Posso dar até a vida por outrem, mas isso não indica que o amo no sentido que estou explorando. Lembro que me atenho a o sentido amor entre duas pessoas de gênero opostos. Deixo os casos ditos "especiais" de fora dessa reflexão.
Chego a conclusão que o amor é uma religião.
Explico: na geometria dizemos que o ponto é o ponto e ponto final. Não há o que discutir. É um axioma. Dogma.
O ponto e o amor não se definem. Aceita-se a sua existência. A percepção real ou ilusória se faz sentir, sem sombra de dúvidas, por cada pessoa em cada canto do mundo. Ele muda a vida dessas pessoas. Quem tem tal experiência transforma sua vida interiramente. E não importa qual seu grau de estudos, de QI ou de percepção de realidade.
É uma mágica que acontece e nos move para o "céu" ou para a ruína.
O fato é que quem ama tem uma perda parcial da razão. Se não, por que então pessoas tomam atitudes inimagináveis?
Pessoas viajam milhares de quilômetros só pra verem outra por um curto espaço tempo, às vezes apenas horas.
Ou então, esperam dias intermináveis, por vezes anos, a volta daquele que, inexplicavelmente, escolheram como seu amado ou amada.
Sofrimento
Em minha humilde opinião(IMHO), penso que o homem(e mulher) vive a maior parte de seu tempo em busca de saciar seus interesses. Se há algo que o interessa, sendo de seu alcance, corre atrás, vai à luta. Não é o sexo ou o poder que move o homem, como já disseram, mas os interesses ou necesidades de quaisquer espécies. A necessidade pode ser o sexo, o poder, etc. Mas, e se é o amor?
Algumas vezes buscamos ambrósia, aquilo que sacia os deuses. Quero dizer que procuramos sempre essa completude e se não a encontramos, não demora e construimos algo do nada para nos saciar.
O que chamam de carência(não-material) é exatamente essa sensação de vazio ou de falta de completude.
Ora, se em terreno fértil nasce as melhores videiras, mas também as piores ervas, no momento que esperamos encontrar a pessoa perfeita que preencha todos os nossos anseios, a vontade é tanta que somos enganados pelos sentidos e, percebendo ou não, moldamos na pessoa "encontrada" vestes de um semi-deus. Daí, tudo nele nos agrada. E, ai daquele que quiser nos apontar seus defeitos! Esse, defeituoso será.
Não quis dizer que é impossível encontrar a pessoa que nos complete, mas ela estará longe da perfeição.
Podemos fugir da realidade, mas não para sempre. Ao passar-se do que é sonho ao real, do escuro ao claro, do frio ao quente, etc, há um embate. Cair na realidade depois de haver sonhado com o que é agradável aos sentidos, mas que na verdade não é real causa-nos um choque e isso nos traz sofrimento. A desilusão dói. E eis que o vazio agora parece maior.
A perda do quê tivemos, ou do quê nunca tivemos e que pensamos possuíamos, causa-nos sofrimento.
Essa realidade tão tardia e crua, como faço pra a deglutir?
O sofrimento é útil. É um aprendizado. Aquilo que não mata, fortalece, já disse Nietzsche. Então, concordando, é preciso reconstruir a partir das ruínas.
As pessoas sofrem também por não serem felizes para sempre.
Como as ondas, que vão e vem na praia, assim é a felicidade. Só é preciso sentir o tempo certo pra aproveitar e não disperdiçar as chances, mesmo que tenhamos que acordar em algum momento.
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